O Canto de Verônica
Quando soube que o jovem diretor Jonatas Noguel seria o responsável pelo espetáculo “Via-Sacra”, em Limeira, não tive dúvidas: Ousadia e criatividade marcariam as cenas que narram os últimos momentos de Jesus Cristo na Terra, vivendo suas dores, paixão e morte, para chegar à Ressurreição. E assim fui, cheio de expectativas, conferir a estreia do espetáculo, no dia 1º de abril. (O evento segue até sábado, dia 3)
Portanto, o diretor surpreende ainda mais. É incrível como Noguel possui uma sensibilidade que poucos conseguem atingir. Ele inova, propondo uma provocação, um elo entre o público e as cenas.
As surpresas já vieram logo na cena inicial, cavalos desceram pelo morro do Parque Cidade para expulsar e aterrorizar os escravos daquela época. Jonatas deixou de lado as cenas de milagres e abusou das cenas onde dança e teatro se misturam. Tanto que os três pontos mais fortes do espetáculo são as cenas do “Palácio de Herodes”, em que Salomé dança para o Rei em troca da cabeça do profeta João Batista, com pirofagia, dança nos palcos principais e gramado; “Demônios”, em que três artistas seguros surgem misteriosamente pelo palco e tentam Cristo, com luz vermelha sob eles; e “Canto de Verônica”, em que a atriz dá um banho de afinação e nos telões que integram o cenário, imagens da miséria do mundo vão chocando e propondo uma reflexão para o público. Enquanto Verônica canta e mostra desesperadamente para o público o rosto de Cristo enxugado por ela, rapidamente inicia-se a crucificação: Gritos de dor de Cristo e a voz suave e marcante de Verônica marcam – certamente – com sensibilidade e emoção, confirmando a ousadia de Noguel.
O diretor abandonou a parte superior do Parque Cidade e trouxe todas as cenas próximas dos espectadores, no gramado, inclusive a crucificação.
Na Ressurreição, mecanismo novo colocou o intérprete de Cristo “literalmente” no ar, como se estivesse subindo aos céus, causando surpresa no público. Na “Santa Ceia”, os próprios apóstolos são os responsáveis pela montagem da mesa e colocação dos pratos e, no final da cena, assim que Cristo revela que um dos apóstolos irá traí-lo, a imagem é pausada e os atores ficam congelados cerca de 30 segundos... Enquanto a luz demoradamente vai se apagando, nós vamos constatando o quanto essa história, embora tão antiga, reflete fervorosamente nos dias atuais. Novo ponto para Noguel!
Sinto orgulho em constatar todo esse talento de Noguel despontando em Limeira e chamando a atenção de todos pela sua ousadia. Não é a toa que o rapaz tem atingido grandes metas em sua carreira: Em 2009, companhia de teatro dirigida por ele, venceu a edição nacional do Festival de Teatro de Limeira, com a montagem de “Púrpura”, baseada no livro de Alice Walker.
Via-Sacra é, sem dúvidas, um dos eventos culturais mais aguardados pela população. Criada pelo ex-secretário da Cultura, hoje vereador, professor José Farid Zaine, as apresentações entrelaçam a fé e a arte cênica. De 2005 a 2009, Carlos Jerônimo Vieira foi quem assinou a direção, sendo também o diretor das primeiras edições do evento após a sua criação. Além de Vieira, Jaqueline Durans já coordenou o projeto. Seja com Vieira, com Jaqueline ou com Noguel, algo é certo: Via-Sacra merece o respeito e a admiração do público de Limeira. Parabéns Noguel, parabéns Secretaria da Cultura!
Quando soube que o jovem diretor Jonatas Noguel seria o responsável pelo espetáculo “Via-Sacra”, em Limeira, não tive dúvidas: Ousadia e criatividade marcariam as cenas que narram os últimos momentos de Jesus Cristo na Terra, vivendo suas dores, paixão e morte, para chegar à Ressurreição. E assim fui, cheio de expectativas, conferir a estreia do espetáculo, no dia 1º de abril. (O evento segue até sábado, dia 3)
Portanto, o diretor surpreende ainda mais. É incrível como Noguel possui uma sensibilidade que poucos conseguem atingir. Ele inova, propondo uma provocação, um elo entre o público e as cenas.
As surpresas já vieram logo na cena inicial, cavalos desceram pelo morro do Parque Cidade para expulsar e aterrorizar os escravos daquela época. Jonatas deixou de lado as cenas de milagres e abusou das cenas onde dança e teatro se misturam. Tanto que os três pontos mais fortes do espetáculo são as cenas do “Palácio de Herodes”, em que Salomé dança para o Rei em troca da cabeça do profeta João Batista, com pirofagia, dança nos palcos principais e gramado; “Demônios”, em que três artistas seguros surgem misteriosamente pelo palco e tentam Cristo, com luz vermelha sob eles; e “Canto de Verônica”, em que a atriz dá um banho de afinação e nos telões que integram o cenário, imagens da miséria do mundo vão chocando e propondo uma reflexão para o público. Enquanto Verônica canta e mostra desesperadamente para o público o rosto de Cristo enxugado por ela, rapidamente inicia-se a crucificação: Gritos de dor de Cristo e a voz suave e marcante de Verônica marcam – certamente – com sensibilidade e emoção, confirmando a ousadia de Noguel.
O diretor abandonou a parte superior do Parque Cidade e trouxe todas as cenas próximas dos espectadores, no gramado, inclusive a crucificação.
Na Ressurreição, mecanismo novo colocou o intérprete de Cristo “literalmente” no ar, como se estivesse subindo aos céus, causando surpresa no público. Na “Santa Ceia”, os próprios apóstolos são os responsáveis pela montagem da mesa e colocação dos pratos e, no final da cena, assim que Cristo revela que um dos apóstolos irá traí-lo, a imagem é pausada e os atores ficam congelados cerca de 30 segundos... Enquanto a luz demoradamente vai se apagando, nós vamos constatando o quanto essa história, embora tão antiga, reflete fervorosamente nos dias atuais. Novo ponto para Noguel!
Sinto orgulho em constatar todo esse talento de Noguel despontando em Limeira e chamando a atenção de todos pela sua ousadia. Não é a toa que o rapaz tem atingido grandes metas em sua carreira: Em 2009, companhia de teatro dirigida por ele, venceu a edição nacional do Festival de Teatro de Limeira, com a montagem de “Púrpura”, baseada no livro de Alice Walker.
Via-Sacra é, sem dúvidas, um dos eventos culturais mais aguardados pela população. Criada pelo ex-secretário da Cultura, hoje vereador, professor José Farid Zaine, as apresentações entrelaçam a fé e a arte cênica. De 2005 a 2009, Carlos Jerônimo Vieira foi quem assinou a direção, sendo também o diretor das primeiras edições do evento após a sua criação. Além de Vieira, Jaqueline Durans já coordenou o projeto. Seja com Vieira, com Jaqueline ou com Noguel, algo é certo: Via-Sacra merece o respeito e a admiração do público de Limeira. Parabéns Noguel, parabéns Secretaria da Cultura!
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