terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pálidas anotações

Eu não sei mais o que fazer.
O meu egoísmo clama para que você fique, e não feche a porta.
Mas sei que não sou capaz de te fazer feliz.
Sei que estou longe e distante de ser o que você quer pra você.
Eu não tenho direito de te impedir...

Talvez eu seja a pessoa mais complicada deste universo.
Eu juro que eu pensei que não seria tão difícil...
Não podemos deixar de ser a gente mesmo.
Não vou te mudar. Não me mudarás.
Continuarei sendo fã de Maria Rita, Calcanhoto e Bethânia.
Mesmo que a porta venha a fechar...

A verdade é que dentro de mim há vulcões imensos de saudades.
A culpa não é sua, nem minha, talvez nem nossa.
Eu não sei como fazer para que você possa me compreender.
Eu não sei mais te compreender.
Sabe aquele brilho de maio?
Não há mais em seu olhar.

Há no meu.

Mas ele está piscando.
Ruindo... Esfarelando.

E o que fazer?

Soa... Soa...
Sino! Suspiro!

O vento bate em meu rosto.
E estas noites mal dormidas?
Que carregam culpas inexistentes em mim mesmo?

Não posso mais me culpar tanto assim.
Eu tentei abrir mão de mim!
Não consigo.

Você exige coisas mirabolantes.
Não posso te dar...

Você também não quer me dar.

Fiquemos em silêncio então.
Ensurdecedor silêncio.
Que silencia o orvalho da humanidade.
Que queima a alma. Rasga o coração, aos poucos.
Voltarei a me embebedar de vodkas, destas das mais baratas.
Não me importo mais com as cinzas que sobrevoam o meu quarto... Os meus cadernos!

De fato queria hoje beber até a mim.
E me cuspir um novo ser-humano.

Mais seu.
Menos meu!

Não sei te completar...

E receio que, nesta vida, não estejamos aqui para completar a ninguém!

Nascemos completos.

Nascemos completo?

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