segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Catarse após pânico

Este final de semana quase ocorreu um acidente feio envolvendo eu e uma pessoa muito especial. No final, deu tudo certo, graças a Deus. No entanto, é estranho quando a gente nota que a vida é mesmo limitada. Em segundos, um filme se passa em nossa mente e depois, do “quase” nos envolvemos numas reflexões infindas. E, principalmente, notamos o quanto deixamos de sermos felizes AGORA, pois somente é assim AGORA. O tempo é muito valioso para que deixemos de dizer às pessoas que amamos o quanto as amamos. Também é preciso ter coragem de pedir perdão, desculpas, sem deixar que o orgulho fale mais alto.

De situações tensas é que devemos tirar as melhores lições. Infelizmente, às vezes, só em momentos delicados é que notamos o prazer que é estar vivo AGORA. O fato de as pessoas que ama também estarem vivas AGORA já é um milagre tão perfeito e deixamos de notar...

Sei que a mão de Deus esteve presente neste final de semana, como está – todos os dias – e, egoistamente, deixamos de observar.

Sei que sou um cidadão feliz. Trabalho, estudo, tento fazer a diferença todos os dias, por que é essa a verdade: todos os dias estamos sujeitos a muitas coisas, boas e ruins. Mas depende apenas do seu próprio ponto de vista avaliar se você pode ser melhor pra você mesmo. E é possível.

sábado, 29 de agosto de 2009

Vereador de Rio das Pedras (SP) quer moeda própria para a cidade

Proposta de parlamentar pode agitar pacata cidade do interior paulista nos próximos dias

A pequena cidade de Rio das Pedras (SP), que conta com aproximadamente 30 mil habitantes, encontra-se num debate intenso nos últimos dias. O vereador – presidente da Câmara - Elizeu Góis (PSB) está estudando apresentar, nas próximas semanas, projeto de lei que cria moeda exclusiva no município. O objetivo, de acordo com Góis, é fortalecer o comércio local e reduzir a relação de dependência excessiva da população em relação ao comércio de Piracicaba, cidade que se encontra há poucos quilômetros de Rio das Pedras.

Conhecida por ser uma marca do ciclo cafeeiro e dos lendários barões de café, Rio das Pedras, que tem na cana-de-açúcar a sua principal base econômica, poderá ter essa moeda própria, como já ocorre na cidade de Fortaleza – capital do Ceará. Lá existe o "Banco Palmas", fundado a partir de um projeto social de um complexo de habitações populares e favelas, chamado "Conjunto Palmares". Há mais de 10 anos o "Palmas" – dinheiro de circulação local, com valor idêntico ao real – existe e tem dado certo, servindo de modelo para 44 bancos populares espalhados pelo Brasil.

De acordo com Góis, o exemplo do Banco Palmas de Fortaleza será útil, porém não há um modelo que se encaixe exatamente com a necessidade de Rio das Pedras. "Vamos ter de pegar um pouco daquilo que vem dando certo em cada um dos projetos já existentes e analisar se não há alguma particularidade que seja exclusivamente nossa para incluirmos no projeto", explica.
No Sudeste brasileiro a primeira cidade a adotar o sistema é a carioca Silva Jardim, onde já está em andamento a implantação do "Capivari" – dinheiro para circular apenas nessa cidade.

Mais informações podem ser obtidas no telefone da Câmara de Rio das Pedras, (19) 3493 2321.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

História

A esperança do banheiro
Ronald Gonçales

Era uma noite fria. Em algumas horas, o avião chegará no aeroporto. Pelo seu quarto, roupas e mais roupas esparramadas. O maço do seu cigarro já se esgotava pela sexta vez no dia. Existiam muitas expectativas, mas, sobretudo, aquela saudade que queimava o seu peito e dilacerava a sua garganta ruidosamente. Sim, há seis anos atrás, a terrível despedida confirmava que o fim era para o bem. Mas não foi e, desde então, Laurie sonha com o retorno dele.

Por uma amiga que há tempos não via, Laurie soube da volta de Frederico. E foi de repente, tanto quanto a vida e as suas surpresas do dia-a-dia. Desde a despedida que Laurie não recebia notícias de Frederico. A ideia era a de não se encontrarem mais. Mas como? Durante todos esses anos, em nenhum momento, Laurie deixou de pensar em seu amado. Não, em nenhum segundo, talvez em nenhum milésimo. Mas havia a esperança do reencontro.

Antes de tomar o táxi para o aeroporto, e ao desligar a última luz do apartamento, Laurie fechou os olhos, encheu-se de coragem e confiança, perfumou-se novamente e sorriu levemente. Nem sei há quanto tempo que não reparava mais no sorriso brilhante de Laurie. Desde que Frederico partiu, era como se um cadeado fosse trancado em seus belos lábios e aquela sua “vidinha”, tão sem graça, tão monótona e tão chata, ganhasse e roubasse todos os espaços. Há anos que mais parece muda como uma planta: é só trabalho, apartamento, televisão e, em seus olhos, uma amargura que sinto ao visitar cemitérios.

Mas lá se vai Laurie. Exuberante, tão radiante quanto ao brilho solar, com o seu aroma que chega até aqui, na minha sacada. Devo segui-la? A razão diz que não. Há tempos que as minhas voltas pela cidade ocorrem apenas quando as dela despertam. Mas o coração diz que sim. Cara ou coroa na moeda de um real é uma boa alternativa... Se der cara, vou atrás dela, se a sorte anunciar coroa, fico aqui, na ansiedade de seu retorno. Ah, deu cara!

(...)

Como esse aeroporto é grande. E como pessoas vem e vão o tempo todo. Aqui a impressão que se dá é que a vida é ilimitada e os sonhos – que se encontram – imensos.

Ah, lá está Laurie, na espera. Linda! Como me faz bem vê-la assim, mesmo que o motivo desta alegria encantadora seja Frederico. Por ele, guardava raiva, ódio, inveja e pavor. Se pudesse, o abençoaria com um soco que desconfigurasse o seu belo rostinho com olhos verdes. Mas não posso, pelo contrário, desejo tanto que ele logo chegue.

Já eram mais que dez horas da noite. O horário da chegada do vôo de Frederico estava previsto para as nove. Mas Laurie ainda estava lá, com a mesma alegria de horas atrás.

(...)

Novo tumulto, novas pessoas e, Frederico lá. Mais gordo do que da última vez que o vi. Ele está de mãos dadas com alguém. Laurie se esconde atrás de um telefone público. Eu continuo agora a observar Frederico. Uma mulher, a Alice, meu Deus! A Alice? A melhor amiga de Laurie que, pouco antes da partida de Frederico também viajara à Inglaterra. Frederico segurava na mão esquerda de Alice que, em sua mão direita, apertava fortemente a mão de uma pequena que trazia o mesmo olhar esverdeado de Frederico. Uma família. Uma nova família, a de Frederico.

Foram poucos minutos que me desconcentrei da presença de Laurie e, quando notei, ela já não estava mais escondida no telefone público. Deixei Frederico para lá e corri para tentar encontrar Laurie. Onde estaria? Lembrei-me de algo importante, sempre que o telefone tocava em seu apartamento, Laurie antes corria para o banheiro. Era uma forma de renovar as esperanças ao se olhar no espelho enfim, todos esses anos, ela aguardava a ligação do amor de sua vida. Fui a vários banheiros do aeroporto e quando estava quase desistindo, um tumulto no banheiro do outro lado do aeroporto me chamou a atenção.

Laurie estava lá. Desta vez morta com os pulsos sangrando e a sua vida tragicamente finalizada. Coloquei-me a chorar. Para sempre havia perdido o meu grande amor. Para sempre!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Êh, Seu Paulo!

Ontem, durante as aulas de Teoria da Comunicação, com a professora Rose Bars, os alunos se encaminharam até a Biblioteca da Unimep para uma visita a uma exposição que traz capas da Folha de São Paulo de momentos importantes que o Brasil viveu, como o impeachment de Collor, a eleição (e reeleição) de Lula, o penta da Copa, a morte de Ayton Senna, Diretas Já, e outros.

Durante a visita, um simpático senhor estava na área. Aparentando ter os seus 70 anos, com um boné azul marcado com uma logomarca de alguma loja de tintas piracicabana, de óculos, calça larga, tênnis e camisa... Enquanto a professora nos explicava alguns pontos importantes comparando-os com as teorias da comunicação, lá estava quieto o senhor, com as mãos no queixo, avaliando cada centímetro da exposição.

De repente, a surpresa: “Eu trabalhei na Folha na década de 60”, disse – timidamente – o senhor. A atenção de todos se virou a ele. “Fui arquivista da Folha”, explicou – todo orgulhoso.

Mais do que depressa, fizemos uma roda em volta do Senhor Paulo. Ele começou a nos contar muitos detalhes da época. Um fato que chamou muito a minha atenção foi quando ele se lembrou da ligação que anunciava a morte de Carmem Miranda. “Era fã dela, e o meu dia de plantão no jornal. Recebemos a ligação e ficamos tristes com a notícia”, revelou o senhor, com os olhos brilhando.

Entusiasmado, Paulo começou a conversar conosco sobre como funcionava o seu trabalho: “Nós arquivávamos as edições da Folha manualmente, dava um trabalho grande, não tinha toda essa tecnologia de hoje”.

Enfim, foram poucos minutos de um prazer imenso. O “Seu” Paulo, como logo a classe começou a chamá-lo, prometeu uma visita nos próximos dias para expor algumas fotos suas de trabalho. E a gente fica aguardando, com ansiedade!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A arte de errar...

Tudo o que faço tento dar o meu máximo. Na verdade, aprendi muito disso quando trabalhei com produções culturais na Secretaria Municipal da Cultura (2005 – 2008). Em certos eventos, um errinho poderia comprometer toda a estrutura de um evento. No início, trabalhar assim era terrível. Parecia que depositavam em certos funcionários um prédio pesando toneladas nas costas. Era muita pressão! Depois, com o tempo, isso se torna adrenalina e todo o medo se torna um passaporte a mais para darmos o nosso sangue e aproveitarmos isso da melhor forma.

Nesta trajetória (na cultura) conheci muitas pessoas que valem a pena e estreitei os meus contatos com artistas talentosíssimos. Aos poucos, apesar de me dar ao máximo nas produções que efetuava, comecei a lidar melhor com a pressão natural das produções. A gente sempre sabia que, de última hora, alguma bomba iria estourar e, em segundos, você precisaria inventar uma forma para que tudo aquilo não chegasse até o público – energia vital para que nossas metas se tornassem ainda mais possível para outros eventos...

Mesmo assim, erros sempre surgiam. Não sou muito de ficar me justificando. Se erro, peço desculpas, assumo logo a culpa e pronto. Sou daqueles que acha que um erro é importante para que a sua vida profissional ganhe mais maturidade e até mesmo qualidade. Por ser muito ousado – e ansioso – os meus maiores erros sempre estiveram ligados pela fobia em transformar aquela ideia em algo consolidado. Já bati muitas vezes a cabeça por conta disso e, receio, que ainda baterei muitas outras.

Agora, trabalhando com assessoria do vereador Farid Zaine, os erros se transformam em problemas muito maiores. E – definitivamente - trabalhar com política sempre nos deixa à margem de estarmos fazendo algo errado o tempo todo. As pessoas estão desacreditadas, decepcionadas, enfim... Não há fé na política – o que eu, particularmente, acho uma pena.

O fato é que, nas produções culturais, acabei tendo envolvimento com os veículos de comunicação da cidade. Farid – que na época era secretário – me deu a missão de dar um “novo ar” para a área de comunicação da Secretaria da Cultura. Assim o fiz. Começamos modificando o site da pasta, com atualizações mensais dos eventos, notícias, álbum de fotos, curiosidades e outras coisas. No site, fizemos uma espécie de “blog” e a resposta acabou sendo muito positiva.

Logo depois, fizemos uma comunidade no Orkut, a “Cultura - Limeira”, que tomou uma proporção inacreditável. Em dias, foram centenas de pessoas que começaram a se envolver com as produções culturais e - todos os dias - recebíamos e-mails elogiando pela adoção deste instrumento para a divulgação dos trabalhos culturais.

Uma vez, ao sair de um evento, o “Canta Limeira” (que era uma delícia), fui comer com a equipe no Hard-Chopp 1. Ao sentarmos na mesa, uma mulher me chamou um instante. Fui até ela, que me questionou: “Você é o Ronald da Cultura?”. Respondi que sim, com um sorriso. Ela então me revelou que estava na comunidade do orkut e que havia vindo de Minas Gerais para ver o Canta Limeira, depois de um comunicado enviado por aquela comunidade.

Fiquei lisonjeado pela presença dela. Agradeci muito e, desde então, sempre que possível, Mariella vinha até Limeira, assistir a algum evento cultural por aqui.

Em contrapartida, comecei a “esboçar” alguns releases em que divulgava aos eventos da pasta cultural. Lá eram praticamente de dois a três informativos por dia. A resposta foi positiva mais uma vez e, então, comecei a me apaixonar muito por jornalismo.

Tinha em mente que queria fazer jornalismo e comecei a divulgar isso aos, agora, amigos da comunicação de Limeira. E foi uma experiência muito bacana! Abri o meu e-mail para que os interessados pudessem sempre me enviar sugestões nos releases que produzia... E deu certo. Recebia sempre críticas construtivas, apostilas, dicas que diferenciam um texto comum de um texto jornalístico, enfim: uma troca gostosa e prazerosa de informação. A mim, tudo foi muito produtivo.

Na época, portanto, não havia disponibilidade para que o meu sonho – de iniciar um curso de graduação na área de comunicação – se consolidasse. E é tão estranha a sensação de se ter a certeza do que fazer e não ter tempo hábil para isso.

Depois, fui convidado a uma nova trajetória profissional, a de assessorar o vereador Farid na Câmara Municipal. Aceitei por vários motivos, entre eles: sou admirador nato de Farid e de suas conquistas culturais para Limeira, haveria como conciliar, embora de forma bastante conturbada, a minha graduação e o meu trabalho e também (talvez o principal deles) um novo objetivo profissional: a gente sempre aprende. Sou ariano, então, já sabem o quanto adoro novos desafios!

E então, aos poucos, “fui chegando...”. No início não foi fácil (lembram-se que citei acima sobre a pressão e tal, que na época rolava também na Cultura). Pois é. Um novo trabalho totalmente diferente daquele que elaborava na Secretaria... Depois, as novas ideias, como o blog, o informativo on-line, o informativo impresso, o twitter, etc. Agora, já na faculdade, embora no 1º semestre, já aprendendo uma série de detalhes que fazem a diferença na hora de lidar com a comunicação geral.

Ainda não tive a disciplina Assessoria de Imprensa, que deve ocorrer apenas no 5º semestre. Mas como sou abusado, acabo observando muito os meus amigos que já trabalham brilhantemente neste “setor”, e comecei a inventar coisas, a tentar fazer – de alguma forma – a diferença em meu trabalho... Por que poucos sabem, mas sou apaixonado por isso e tenho orgulho das pessoas que estão por perto, ao meu redor.

O fato é que os erros continuam surgindo. Seria tolo, de minha parte, afirmar que gosto de errar apenas para aprender. Não gosto. Prefiro não errar. Mas se erro, levanto a minha cabeça e prossigo na luta por novos ideais. Mesmo por que “quem aqui é capaz de dizer que não erra?”.

Hoje retorno ao 2º semestre do meu sonho, depois de umas férias bem prolongadas, por conta da gripe suína. Lá, no mesmo barco, encontrarei pessoas em busca da concretização dos mesmos sonhos... E toda aquela vivência acadêmica volta a fazer parte da minha vida. A minha turma é bastante eclética, mas muito unida. Voltamos com novas perspectivas, depois de um 1º semestre revelador, como a queda do diploma para se exercer a função de jornalista. Apesar dos poucos meses de convivência já posso afirmar que somos uma grande família. E é naqueles abraços que busco ainda mais força para que os meus erros não sejam encarados como fraquezas e sim como uma valiosa coragem. A coragem de encará-los de frente. Talvez tenha mesmo uma visão “romântica” quando dizem que “não vejo maldade nas pessoas”. Não mesmo... E não quero aprender. Estou bem, com os tombos, com as alegrias... Com tudo. Estou aqui mesmo para evoluir e, principalmente, conquistar valores que realmente valem a pena na vida: como amigos que são tesouros e simplicidade nas ações.